Região Centro-Oeste do Brasil

Category: By Aurelio



Centro-Oeste é umas das cinco grandes regiões em que é dividido o Brasil.

A Região Centro-Oeste é dividida em quatro unidades federativas: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, onde fica Brasília, a capital do país. Com uma área de 1.606.371,505 km², a Região Centro-Oeste é um grande território, sendo a segunda maior região do Brasil em superfície territorial. Por outro lado, é a região menos populosa do país e possui a segunda menor densidade populacional, perdendo apenas para a Região Norte. Por abrigar uma quantidade menor de habitantes, apresenta algumas concentrações urbanas e grandes vazios populacionais.

História

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, na cidade colonial de Pirenópolis, tombada pelo IPHAN como Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro.Os indígenas foram os primeiros habitantes da Região Centro-Oeste. Depois chegaram os bandeirantes. Eles descobriram muitas minas de ouro e fundaram as primeiras vilas: Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá, atual capital do Estado de Mato Grosso, Vila Boa, atual cidade de Goiás e Meya Ponte, hoje Pirenópolis. Surgiram arraiais que se tornaram cidades importantes. A descoberta de diamante deu origem a vila chamada corrutela.

Os fazendeiros de Minas Gerais e de São Paulo, também povoaram a região. Eles organizaram grandes fazendas de criação de gado.

Para defender as fronteiras do Brasil com os outros países, foram criados fortes militares. Entre eles, destaca-se o Forte de Coimbra, hoje a cidade de Corumbá. Em volta desses fortes surgiram povoados.

O povoamento aumentou com a construção de estradas de ferro e, mais tarde, com o aparecimento das rodovias e das hidrovias.

A construção de Brasília como sede do governo brasileiro, também contribuiu para o povoamento e o desenvolvimento sócio-econômico da Região Centro-Oeste.

Geografia
Relevo

Mapa físico da Região Centro-Oeste do Brasil.Como em quase todo o território brasileiro, o relevo da região é marcado por unidades suaves, raramente ultrapassando mil metros de altitude. O relevo da Região Centro-Oeste é composto por três unidades dominantes:

Planalto Central
Planalto Meridional
Planície do Pantanal
Planalto Central
O Planalto Central é um grande bloco rochoso, formado por rochas cristalinas, sobre as quais se apoiam camadas de rochas sedimentares. Existem trechos em que as rochas cristalinas aparecem livres dessa cobertura sedimentar, surgindo aí um relevo ondulado. Nas áreas em que as rochas cristalinas estão cobertas pelas camadas sedimentares, são comuns as chapadas, com topos planos e encostas que caem repentinamente e recebem o nome de ‘’serras’’. Nestas regiões, as chapadas possuem a denominação de chapadões.

As chapadas estão presentes na maior parte da região, e em Mato Grosso podem ser citados a Chapada dos Parecis, a oeste, e a Chapada dos Veadeiros, a nordeste; em Goiás, pode ser citado a Chapada dos Veadeiros, ao norte; na divisa com o Nordeste destaca-se o Espigão Mestre, que funciona como divisor de águas da bacia do Tocantins e da bacia do São Francisco.

Planície do Pantanal

Período de cheia no Pantanal.
Pantanal.O Pantanal é uma planície inundável de formação recente, cuja altitude média é de aproximadamente 110 metros. É, portanto, uma depressão relativa situada entre os planaltos Central, Meridional e relevo pré-andino. Periodicamente, a Planície do Pantanal é inundada pelo Rio Paraguai e seus afluentes. O relevo da planície tem duas feições principais:

Cordilheiras: Pequenas elevações que não sofrem inundações;
Baías ou lagos: Partes mais baixas, de formatos circulares, inundadas durante a estação chuvosa, formando lagoas.
Planalto Meridional
O Planalto Meridional se estende da Região Sul até os Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás. Nele são encontrados os solos mais férteis de todo o Centro-Oeste – a terra roxa que aparece em forma de manchas no sul de Goiás e em Mato Grosso do Sul.

Clima
O clima da região Centro-Oeste do Brasil é tropical, quente e chuvoso, sempre presente nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A característica mais marcante deste clima quente é a presença de um verão chuvoso, entre os meses de outubro e março, e um inverno seco, entre os meses de maio e setembro.

O noroeste da região, ocupado pela Amazônia, é abrangido pelo clima equatorial, e o restante pelo clima tropical. As temperaturas, são mais altas do que no sul. O inverno apresenta temperaturas acima de 18°C; durante o verão, a temperatura pode alcançar temperaturas superiores a 25°C. Existe declínio sensível de temperatura quando ocorre o fenômeno da friagem, que é a chegada de uma massa polar atlântica que através do vale do rio Paraguai, atinge todo o oeste dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As chuvas, além de concentradas em apenas uma estação do ano, se distribuem irregularmente na região, atingindo-se mais de 2.500 mm a noroeste de Mato Grosso e reduzindo-se a pouco mais de 1.200 mm grande parte do território.

Nas regiões mais elevadas do Planalto Central ocorre o clima tropical de Altitude e as mínimas são menores podendo ocorrer geadas nessas regiões. Em outras partes da região também é norma ocorrer geadas.

Os meses de verão são úmidos, porque nessa época, a Planície do Pantanal é uma das áreas mais quentes da América do Sul, e por esse motivo, forma um núcleo de baixa pressão que atrai os ventos úmidos conhecidos como alísios de nordeste. A chegada desses ventos corresponde às chuvas fortes que caem na região.

O norte da região, de altas temperaturas e grande quantidade de chuvas, engloba características do clima equatorial. No restante da região, o efeito da continentalidade faz com que o clima tropical apareça mais seco, e por consequência, a paisagem vegetal revele densidade menor, apresentando sob a forma de cerrado.

Hidrografia

Mapa hidrográfico do Brasil.A Região Centro-Oeste é drenada por muitos rios, agrupados em três grandes bacias hidrográficas:

Bacia Amazônica:, em Mato Grosso, para onde se deslocam rios colossais, como o Xingu, ou rios que formam principais afluentes do rio Amazonas, como o Juruena e o Teles Pires que formam o rio Tapajós;
Bacia do Tocantins-Araguaia, ocupando o norte e o ponto mais a oeste de Goiás e o extremo leste de Mato Grosso;
Bacia Platina, subdividida em suas bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Paraguai, no restante da região.
Bacia do Rio Paraná
Na divisa com os estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, o Centro-Oeste é banhado pelo rio Paraná e por um de seus formadores, o Rio Paranaíba, no extremo sul de Goiás. A porção sudeste da região é drenada por afluentes menos extensos da margem direita do rio Paraná, como os rios Verde, Pardo, Ivinhema, Amambaí e Iguatemi.

Bacia do Rio Paraguai

Rio Paraguai.A maior bacia hidrográfica em extensão da região Centro-Oeste é a bacia do rio Paraguai, que nasce na Chapada dos Parecis, no Estado de Mato Grosso. Seus principais afluentes são os rios Cuiabá, Taquari e Miranda. A bacia do rio Paraguai ocupa uma imensa baixada que forma a Planície Paraguaia, na qual a parte alagada é composta pelo Pantanal Mato-grossense. Como o clima da região intercala estações secas e estações chuvosas, essa planície fica coberta por um lençol de água durante aproximadamente seis meses. Nos meses secos, as águas represam-se em pequenas lagoas semicirculares, chamadas de baías. Quando as cheias são mais violentas, as baías ampliam-se e ligam-se umas com as outras através de canais chamados de corichos.

O norte de Goiás e o leste do Estado de Mato Grosso, são banhados pelas nascentes dos rios que formam a Bacia do Tocantins. Na divisa da Região Nordeste com o Estado de Goiás, estendendo-se até o Estado de Tocantins, na Região Norte, destaca-se o Espigão Mestre, que funciona como divisor de águas separando a bacia do Tocantins, no oeste, e a bacia do rio São Francisco no leste.

Vegetação

A vegetação do cerrado é a paisagem típica da região.No Centro-Oeste existem formações vegetais bastante diferentes umas das outras. Ao norte e oeste aparece a Floresta Amazônica, praticamente impenetrável, composta por uma vegetação densa e exuberante. A maior parte da região, entretanto, é ocupada pelo cerrado, tipo de savana com gramíneas altas, árvores e arbustos esparsos, de troncos retorcidos, folhas duras e raízes longas, adaptadas à procura de água no subsolo. O cerrado não é uniforme: onde há mais árvores que arbustos, ele é conhecido como cerradão, e no cerrado propriamente dito há menos arbustos e árvores, entre os quais se espalha uma formação contínua de gramíneas.

Em Mato Grosso do Sul, existe uma verdadeira "ilha" de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos de Vacaria, que lembram vagamente o pampa gaúcho. A região do Pantanal, sempre alagável quando nas cheias de verão, possui uma vegetação típica e muito variada, denominada Complexo do Pantanal. Aí aparecem concentradas quase todas as variedades vegetais do Brasil: florestas, campos e até mesmo a caatinga.

Podem ser identificadas ainda as matas galerias em alguns trechos do cerrado, que se caracterizam por serem densas apenas nas margens dos cursos d'água ao longo dos quais se desenvolvem e cuja umidade as mantém. A floresta tropical que existia na região está praticamente extinta.

Demografia

Pôr-do-sol em Campo Grande.
Catedral de Brasília, maior cidade da região.
O Congresso Nacional.
Goiânia.Com 13.219.840 habitantes, conforme dados estimados pelo IBGE em 2007, a Região Centro-Oeste é pouco povoada. Sua população total é menor que a de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais ou Bahia, cujas superfícies são bem menores que a do Centro-Oeste. Com 8,26 hab./km², reúne 8 em cada 100 brasileiros. Goiás é o estado mais populoso, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os maiores estados da região em superfície, têm população parecida com a do Distrito Federal, onde se localiza Brasília.

Povoamento
As primeiras estradas e vilas criadas na região foram obras dos bandeirantes que, durante os séculos XVII e o XVIII, desbravaram territórios à procura de minérios ou para capturar indígenas. Mas o efetivo povoamento regional somente começou quando o desenvolvimento do Sudeste fez surgir um forte mercado consumidor para a pecuária e a agricultura na parte sul da região.

Em 1935, Goiânia foi construída para ser a nova capital de Goiás, o que se tornou um atrativo ao povoamento da área. Outras cidades foram crescendo em importância, como Anápolis, por exemplo, ligada a Minas Gerais através de várias rodovias e ferrovias. A construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, concluída em 1950, que liga Bauru, em São Paulo, a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, facilitou o escoamento dos produtos e consolidou o desenvolvimento de todo o extremo sul de Goiás e de Mato Grosso.

A parte norte, até o início da década de 1960, permanecia praticamente selvagem e mal conhecida pelo homem, até que a construção de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960 e a abertura de estradas — como a Rodovia Belém-Brasília, por exemplo — acabaram atraindo contingentes de migrantes de todo o Brasil para o Planalto Central. A migração, porém, ultrapassou os limites esperados e teve como consequência o surgimento de bairros de trabalhadores ao lado da nova capital, esses bairros que se transformaram nas atuais cidades-satélites, como Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina e Paranoá.



Cidades mais populosas
A lista a seguir representa as 20 cidades mais importantes da região Centro-Oeste. Entre elas, A capital nacional Brasília, 12 cidades são de Goiás, 5 são do Mato Grosso do Sul e 5 são de Mato Grosso.

Cidade População Unidade Federativa
Mais de 1 milhão de habitantes
Brasília 2.606.885 DF
Goiânia 1.281.975 GO
Entre 500 mil e 1 milhão de habitantes
Campo Grande 747.189 MS
Cuiabá 544.737 MT
Aparecida de Goiânia 510.770 GO
Entre 200 mil e 500 mil habitantes
Anápolis 335.960 GO
Várzea Grande 237.925 MT
Luziânia 210.064 GO
Entre 100 mil e 200 mil habitantes
Dourados 182.747 MS
Rondonópolis 179.094 MT
Rio Verde 163.021 GO
Águas Lindas de Goiás 143.179 GO
Valparaíso de Goiás 123.444 GO
Sinop 110.513 MT
Trindade 104.979 GO
Entre 80 mil e 100 mil habitantes
Corumbá 96.343 MS
Formosa 96.284 MS
Itumbiara 92.832 GO
Novo Gama 88.835 GO
Cáceres 86.805 MT
Jataí 86.447 GO
Três Lagoas 85.376 MS
Catalão 81.109 GO



Etnias
Cor/Raça (2006)[3]
Parda 50,5%
Branca 43%
Preta 5,7%
Indígena e amarela 0,8%
Entre os tipos humanos característicos do Centro-Oeste estão: o vaqueiro do Pantanal, o boiadeiro de Goiás, os peões das fazendas de gado, os garimpeiros, os índios com as suas múltiplas formas de cultura como a influência sulista no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e nordestina em Brasília.

Migrações internas
Um importante grupo do Centro-Oeste é o grupo dos sulistas (gaúchos, catarinenses, paranaenses) que se instalaram sobretudo no sul de Mato Grosso do sul. Na região, foram os responsáveis pela organização da agricultura, abriram rodovias, montaram serrarias, fundaram vilas e cidades.

Desde que Brasília foi concluída, a população do Centro-Oeste vem acusando expressivos índices de crescimento. Essa tendência deve-se especialmente às frequentes migrações de habitantes de outras regiões. Terras a preços mais acessíveis, a expansão agrícola, boas estradas e oportunidades de progresso relativamente rápido são fatores responsáveis por essa atração. O Centro-Oeste formou sua população com migrantes vindos de todas as demais regiões do país, caracterizando-se assim pela heterogeneidade humana. Entretanto, há equilíbrio entre a porcentagem de brancos (50,1%), concentrados sobretudo no sul, e a de mestiços (46,3%), principalmente mamelucos, encontrados nas partes norte e central. As outras etnias compõem os restantes 3,6% da população.

Grupos indígenas
A presença indígena é muito intensa no Centro-Oeste. Habitam numerosas tribos inóspitas e em algumas reservas e parques indígenas que podem ser citados: o Parque Indígena do Xingu, que reúne cerca de 20 tribos diferentes, o Parque Indígena do Araguaia, na ilha do Bananal, a Reserva Indígena Xavante e a Reserva Indígena Parecis.

Os índios se dedicam, em geral, a agricultura, pecuária, artesanato, garimpagem, caça e pesca. Mas sofrem com as frequentes invasões de seus territórios.

Distribuição populacional
Brasília sozinha possui mais habitantes que o estado de Mato Grosso. Além disso, há uma diferença notável entre a parte norte da região, praticamente vazia, e a parte sul, onde se localizam as maiores cidades e também as áreas mais expressivas demograficamente. As densidades demográficas do Centro-Oeste são aproximadamente as seguintes:

Unidade Federativa Densidade Demográfica (hab./km²) Mato Grosso 3,16
Mato Grosso do Sul 6,43
Goiás 16,85
Distrito Federal 410,86

Economia
Ver artigo principal: Economia da região Centro-Oeste do Brasil
A Região Centro-Oeste apresenta população urbana relativamente numerosa. No meio rural, entretanto, predominam densidades demográficas muito baixas, o que indica que a pecuária extensiva é a atividade mais importante. A agricultura comercial, por sua vez, vem ganhando grande destaque nos últimos anos e já supera o extrativismo mineral e vegetal. As atividades industriais, entretanto são ainda pouco expressivas.

Produto Interno Bruto (IBGE/2004) Estados PIB % do PIB nacional % do PIB regional PIB per Capita % do PIB per Capita regional
Distrito Federal 99.946.000 mil 3,75% 42,34% 40.696 41.7%
Goiás 65.210.000 mil 2,35% 26,58% 11.548 16.4%
Mato Grosso 42.687.000 mil 1,74% 19,69% 13.365 22.2%
Mato Grosso do Sul 28.121.000 mil 1,01% 11,38% 12.411 19.7%
Região Centro-Oeste 235.964.000 mil 8,85% 100% 14.382 100%

Setor primário
Agricultura

Muitos cultivos, antes restritos às regiões Sul e Sudeste, mostram-se promissores em áreas do Centro-Oeste. É o caso da soja, do trigo e do café. Na fotografia, aparecem os grãos torrados de Coffea arabica.A agricultura de subsistência, com o cultivo de milho, mandioca, abóbora, feijão e arroz, através de técnicas primitivas, sempre se constituiu em atividade complementar à pecuária e ao extrativismo. O crescimento populacional que vem caracterizando a região, a melhoria das vias de comunicação e o mercado consumidor sempre expressivo do Sudeste têm aumentado muito o desenvolvimento da agricultura comercial.

As áreas agrícolas de maior expressão no Centro-Oeste são:

O "Mato Grosso de Goiás", área de solos férteis localizada no sudeste de Goiás, que é destacado centro produtor de arroz, algodão, café, milho e soja;
O Vale do Paranaíba, no extremo sul de Goiás, onde solos de solos vermelhos favorecem o desenvolvimento agrícola de municípios como Itumbiara e Goiatuba, com o cultivo de algodão, amendoim e principalmente arroz;
O sul de Mato Grosso do Sul, região que se caracteriza pela produção de soja, arroz, café, algodão, milho e, recentemente, até mesmo trigo.
A Região de Campo Grande e Dourados (MS), destacam-se as produções de soja, milho, amendoim e trigo;
Área do cerrado, abrange terras nas quais se pratica, em grandes propriedades, a pecuária extensiva de bovinos, com destaque para os estados de Goiás e Mato Grosso, que juntos abrigam 15% do rebanho nacional. Também se criam eqüinos, porém em menor proporção;
Pantanal (MS), tradicional área pecuarista, onde se pratica uma pecuária ultra-extensiva de baixa qualidade, com numerosos rebanhos de bovinos e bufalinos.
Essas são as seis regiões mais importantes, mas não são as únicas em que se pratica a agricultura comercial. Ao longo da Rodovia Belém-Brasília, próximo a Campo Grande e a oeste de Brasília, novas áreas agrícolas se destacam, valorizadas por incentivos fiscais do governo, criação de condições de armazenamento, técnicas de controle da erosão, abertura de novas estradas e assistência técnica e financeira ao agricultor. Novos conceitos de agronomia e introdução de modernas técnicas de recuperação do solo têm tornado extremamente otimistas as perspectivas de cultivo nas vastas extensões de cerrado que recobrem o Centro-Oeste, antes pouco valorizadas e utilizadas apenas para a pecuária.

Pecuária

A pecuária de corte é a atividade econômica mais importante da Região Centro-Oeste do Brasil. Na fotografia, um touro da raça Nelore.Possuindo em média mais de quatro cabeças de gado para cada habitante, o Centro-Oeste dispõe de um enorme rebanho, destacando-se o gado bovino, criado geralmente solto, o que caracteriza a pecuária extensiva. Esse tipo de criação dificulta o aproveitamento do leite e, assim, praticamente todo o rebanho é destinado ao corte e absorvido pelo mercado consumidor paulista e pelos frigoríficos do oeste do estado de São Paulo. Apenas no sul da região é que a pecuária leiteira apresenta maior expressão, sobretudo em áreas mais urbanizadas e que dispõem de uma boa rede de transportes, facilitando a comercialização da produção. Parte do leite é industrializado por laticínios da própria região e do Sudeste.

A vegetação do cerrado não é de boa qualidade para a alimentação animal e por isso os rebanhos têm baixo rendimento, produzindo pouca carne. Para contornar esse problema, recorre-se às chamadas invernadas, fazenda de engorda onde o gado passa um período para ganhar peso. Embora o gado seja abatido em Mato Grosso, as invernadas estão localizadas geralmente em Minas Gerais e São Paulo.

As áreas de campo do Pantanal, o cerrado próximo à Campo Grande e da parte sul de Goiás constituem as áreas pastoris de maior importância na região, onde, inclusive, se desenvolvem muitas pastagens artificiais. Essa atividade econômica enfrenta sérios problemas na área do Pantanal, onde as cheias frequentes forçam a entrada do gado para áreas mais altas. Recentemente, importantes áreas de pecuária têm sido implantadas ao longo das rodovias que ligam o Centro-Oeste à Região Norte.

Além dos bovinos, que representam 80% dos rebanhos do Centro-Oeste, destaca-se ainda o rebanho suíno, em Goiás.

Extrativismo
Extrativismo mineral

O ouro é um dos produtos econômicos mais importantes da Região Centro-Oeste do Brasil, ao lado do diamante e do ferro.As riquezas minerais do Centro-Oeste são ainda mal conhecidas, mas mesmo assim a região se projeta como possuidora de excelentes reservas de ferro, manganês, níquel, cristal de rocha, ouro e diamante. O ferro e o manganês são encontrados em um grande bloco de rochas cristalinas, o Maciço do Urucum, que aflora em plena horizontalidade da Planície do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Embora abundantes, essas reservas são de baixa qualidade. Destinam-se ao abastecimento da usina siderúrgica Sobrás, em Corumbá, e o excedente é exportado para os Estados Unidos, Argentina e Uruguai. O cristal de rocha aparece em Goiás e também é destinado à Sobrás e à exportação, principalmente para o Japão. Em Goiás é encontrado ainda o níquel, enquanto o ouro e o diamante são extraídos, através do garimpo, principalmente em Mato Grosso.

Extrativismo vegetal

Coleta do latex da seringueira.O extrativismo vegetal é uma atividade econômica importante sobretudo em áreas mais distantes dos grandes centros. Da imensa Floresta Amazônica, que recobre a parte norte da região, extraem-se borracha e madeiras de lei, como mogno, cedro, imbuia e outras. No sudoeste de Mato Grosso extraem o angico e a poaia, cujas raízes fornecem matéria-prima para a indústria farmacêutica; no Pantanal, a espécie de maior aproveitamento é o quebracho, do qual se extrai o tanino, utilizado no curtimento do couro; e no sul de Mato Grosso do Sul alternam-se o extrativismo vegetal e plantações de erva-mate.

Extrativismo animal

O jacaré é uma das vítimas da caça predatória.O extrativismo animal, representado pela caça, não possui expressão comercial regular e oficializada. Entretanto, praticam-se intensamente as atividades extrativas ilegais. A caça predatória tem como consequência a matança indiscriminada de jacarés e a extinção de inúmeras outras espécies de aves e animais terrestres, ocasionando grave desequilíbrio ecológico na região.

Entre os animais mais dizimados estão: a garças, caçadas por causa de suas penas; as lontras e ariranhas, devido à grande procura de suas peles no exterior; e os jacarés, cuja pele é utilizada na fabricação de cintos, bolsas, calçados etc.

É também relevante a pesca de grandes peixes de água doce em importantes rios.

Setor secundário
Indústria
Trata-se de uma atividade pouco significativa no Centro-Oeste. As indústrias mais expressivas são recentes, atraídas pela energia abundante fornecida pelas usinas do complexo de Urubupungá, no rio Paraná (Mato Grosso do Sul), de São Simão e Itumbiara, no rio Paranaíba, de Cachoeira Dourada (em Goiás) e outras menores. As indústrias mais importantes são as de produtos alimentícios, de minerais não-metálicos e a madeireira.

A área mais industrializada e desenvolvida do Centro-Oeste estende-se no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília. Tem como destaque as indústrias automobilística, farmacêutica, alimentícia, têxtil, de produtos minerais e bebidas. Outros centros fabris importantes são Campo Grande (indústria alimentícia), Cuiabá (indústria alimentícia e de borracha), Corumbá, favorecida pela proximidade do Maciço do Urucum para a obtenção de matérias-primas minerais, Catalão e Rio Verde em goiás e Três Lagoas (Mato Grosso do Sul), que sozinha foi responsável por 0,15% do crescimento PIB brasileiro em 2007.

Goiás é o estado mais industrializado da Região, neste estado está localizado o DAIA(Distrito Agro-Industrial de Anápolis) que na última década recebeu diversos tipos de indústrias, principalmente de medicamentos (o que faz da cidade maior polo farmo-químico do Brasil) e a montadora de automóveis sul-coreana Hyundai, além de Catalão, importante polo mínero-químico e metal-mecânico, com destaque para montadores de automóveis Mitsubishi e a montadora de máquinas agrícolas John Deere, além de Rio Verde, Itumbiara, Jataí, Mineiros e Mozarlândia, com importantes indústrias alimentícias; Uruaçu, Minaçu e Niquelândia, com indústrias de extração e processamento de minérios; Jaraguá, um polo da indústria do vestuário e Senador Canedo, com a indústria calçadista.

No estado de Mato Grosso do Sul, as indústrias se baseiam no extrativismo mineral já que nessa região a concentração de minérios de ferro é muito grande. Além disso em Três Lagoas é de considerável vulto a produção de papel e celulose.

Setor terciário
Transportes
Situada no centro geográfico do Brasil, a Região Centro-Oeste possui uma rede de transportes pouco desenvolvida, mas em franca expansão. Devido a seu desenvolvimento recente, manifesta os efeitos de uma política de transportes claramente influenciada por uma mentalidade rodoviária. Assim ganham destaque as ligações de Brasília com todas as outras capitais através de estradas imensas, como a Brasília-Acre e Belém-Brasília. Além dessas, temos a Cuiabá-Porto Velho, a Cuiabá-Santarém e a Transpantaneira, ligando Corumbá a Cuiabá e a muitos outros trechos do Pantanal Mato-grossense. Em termos de ferrovia, destaca-se que se estabelece a ligação entre o Sudeste e a Bolívia.

A região dispõe, ainda, de aeroportos de grande movimento e é servida também por pequenos aviões que a cruzam em todos os sentidos.

Beneficiado por apresentar rios de planície que facilitam a navegação, o Centro-Oeste tem na cidade de Corumbá o seu principal porto fluvial.

O estado de Goiás possui a segunda melhor e mais conservada malha rodoviária do país, apenas atrás de São Paulo. Nos últimos anos o Governo Federal vem investindo na duplicação de rodovias que ligam Goiânia a Brasília (BR-060), mas a BR-153, principal acesso ao norte do país, está há anos sem receber manutenção, principalmente no trecho entre Anápolis e Porangatu, na divisa com o Tocantins, neste trecho ela está esburacada e abandonada pelo Governo Federal.

No Mato Grosso, o transporte é deficiente devido às grandes distâncias e a falta de ajuda do governo federal. As estradas não oferecem segurança em grande parte devido ao descaso das autoridades. No Mato Grosso do Sul houve sensível melhora das rodovias nos últimos 10 anos, principalmente as rodovias federais e próximas de Campo Grande.




Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Centro-Oeste_do_Brasil
 

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